quarta-feira, 29 de abril de 2009

Olhos Claros

(um plagio de GOnçalves Dias ;D..meio adaptado)

Uns olhos cor de mel
Uns olhos por que morri;
Que, ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

Como dois caramelos,
Iguais na forma e na cor,
Têm luz mais branda e mais forte.
Diz uma - vida, outra - morte;
Uma - loucura, outra - amor.

Mas, ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

São docemente encantadores,
Exprimem qualquer paixão,
Tão facilmente se inflamam,
Tão meigamente derramam
Fogo e luz do coração;

Mas, ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

São uns olhos claros, claros,
Que pode também brilhar;
Não são de um claro embaçado,
Mas que chega a me desajeitar,
Mas chega a me roubar,

Mas, ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

Como se lê num espelho
Pude ler nos olhos seus!
Os olhos mostram a alma,
Que as ondas postas em calma
Também refletem os céus;

Mas, ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

Dizei vós, ó meus amigos
Se vos perguntam por mi,
Que eu vivo só da lembrança
De uns olhos da cor da beleza,
De uns olhos claros que vi!

Que, ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

Dizei vós: Triste do bardo!
Deixou-se de amor finar!
Viu uns olhos claros, claros,
Uns olhos da cor do enigmatico;
Eram claros sem esp’rança,
Davam amor sem amar!

Dizei-o vós, meus amigos,
Que, ai de mi!
Não pertenço mais à vida
Depois que os vi!

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